Blog-notas de ideias soltas; post-it público de observações casuais; fragmentos em roda livre, fixados em âmbar. Eu, sem filtro. jorge.mourinha@gmail.com
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4 de julho de 2005
DISCURSO DIRECTO
Mesmo lido com uns quantos anos de atraso, mesmo descontando a facilidade do formato de colagem de entrevistas que permite esconder a "ausência de credibilidade" dos autores enquanto interlocutores, "Rap Ta France", de José-Louis Bocquet e Philippe Pierre-Adolphe Paris: Flammarion, 1997), é um documento estimulante para compreender a chegada do movimento hip-hop a França e a maneira como o hexágono se tornou na segunda potência do rap mundial, sobretudo com a "maré negra" da década de 90 com MC Solaar, Soon E MC, Jimmy Jay, etc. Eliminando qualquer excrescência assinada pelos dois autores, o livro constrói-se como uma montagem de depoimentos concedidos em entrevistas exclusivas por todos os nomes principais do hip-hop francês, dos pioneiros Dee Nasty e Cut Killer às vedetas NTM, IAM ou MC Solaar. Dando de barato que as fontes orais nem sempre são 100% fidedignas, "Rap Ta France" funciona como uma fascinante "história oral" do hip-hop em França, colorida pela personalidade de cada um dos interlocutores, cheia de histórias de vida que confirmam esta como uma música das ruas, transmissão global em directo do pulsar dos subúrbios, fala da tribo e linguagem de uma juventude em necessidade de afirmação pessoal e social. Haverá livros melhores para contextualizar o movimento hip-hop em França, mas "Rap Ta France" é um complementar com muito que o recomende.
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