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18 de junho de 2005

POLAROID: ROMA TRASTEVERE, SEGUNDA, 13 DE JUNHO, 18h15

A estação de comboios continua em obras. Fazemos aqui o transbordo para Fiumicino — vamos à procura de um hotel para dormir na zona do aeroporto, já que às horas madrugadoras a que o vôo de regresso a Lisboa sai não compensa ficarmos em Roma. Enquanto esperamos pelo comboio para o aeroporto, um casal de turistas americanos com ar apressado comenta, ao ver-nos com as malas na plataforma, que também devemos ir para o aeroporto. Metemos conversa; ele de polo verde e calções claros, ela de calças largas e leves e camisa de alças, ambos de óculos escuros e a exalar o conforto burguês da classe média suburbana, explicam-nos que se enganaram no comboio e, em vez de regressar ao aeroporto, onde guardaram as malas num cacifo, foram parar aos subúrbios de Roma, e estão em risco de perder o avião para Zurique se o comboio para Fiumicino se atrasar ou levar muito tempo. O comboio chega pouco depois e desejamos-lhes boa sorte e boa viagem. Atrás de nós entram dois acordeonistas de ar cigano, tal e qual como se estivéssemos nas Docas ou nas esplanadas turísticas dos Restauradores, que começam a tocar canções napolitanas.

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