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16 de junho de 2005

POLAROID: FERRY CIVITAVECCHIA-OLBIA, MADRUGADA DE QUARTA, 8 DE JUNHO, PARA QUINTA, 9 DE JUNHO

O ferry para Olbia é uma verdadeira cidade flutuante, com um grande número de convés, vários bares e restaurantes, até uma sala de cinema e outra de video-jogos. Quando o ferry larga amarras, com meia-hora de atrasso, para a viagem de seis horas até ao porto de Olbia, na Sardenha, é como se não estivéssemos sequer a navegar; sentimos apenas a vibração dos motores que nos propulsionam pelo Mediterrânico. A luz amarelada vem de uma placa embutida na cabeceira do beliche; se apagar as luzes da cabina, e olhar pela janela suja, posso ver as ondas esbranquiçadas que se afastam do casco, criadas pelo navegar do ferry, uma linha firme cortando o horizonte, única maneira de distinguir onde começa o céu negro só a espaços estrelado e termina o mar negro que só as luzes pontuais de uma bóia, um farol, outro ferry cortam. Apenas a esteira do barco vem cobrir de branco, acinzentado na escuridão, o escuro da noite. A cabina climatizada obriga-me a puxar do cobertor de lã e abri-lo sobre os lençóis com cheiro a lavado ilustrados com o monograma da Tirrenia Navigazione.

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