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11 de abril de 2005

TRATADO DA SEDUÇÃO

"De início, a ideia de o conhecer inquietava-me, mas, depois, senti-me aliviada. A sedução entre os seres humanos é cruel. O Jean-Louis não tem crueldade, mas muita doçura. Era muito reconfortante, para cantar, não estar na crueldade, na distância. Estamos numa proximidade, numa intimidade. (...) A sedução existe, mas é difusa, na duração, não na compulsão ou na aplicação sexual. (...) O Jean-Louis é de tal modo sedutor que temos vontade de abrir excepções com ele.

- Você acha-me sedutor porque a compreendo bem.

- Não, acho-o sedutor mesmo apesar de mim própria. Acho-o sedutor fisicamente, quimicamente, mas de uma maneira que me é familiar. O Jean-Louis olha-me de uma maneira extremamente benevolente. Até o meu marido reparou. Não me sinto estranha com ele. Há pessoas cujo olhar nos melhora, também sinto isso com o meu amigo Léos Carax, é muito raro. Normalmente, olham-me sem me dar, para me levar. Segundo o olhar, as minhas possibilidades aumentam. E um olhar de través pode-me fazer dar um passo atrás. (...) É isso o amor e a amizade: dar às pessoas um belo olhar."


Carla Bruni e Jean-Louis Murat em entrevista aos Inrockuptibles, na edição de 30 de Março último.

(Claro que em francês tem muito mais charme.)

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