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7 de abril de 2005

BUCOLISMOS URBANOS

Por vezes, quando passo diariamente na Marginal junto à Cruz Quebrada, no cruzamento que leva ao Jamor, cruzo-me com os soldados da GNR que patrulham a zona a cavalo, com um trote descontraído, pela berma da estrada. O ruído compassado das patas dos cavalos pelo meio das buzinas e dos motores, a estranheza da visão quase arcaica de polícias a cavalo pelo meio do trânsito apressado cria um efeito de desajuste, uma espécie de ruptura espácio-temporal que coloca um certo passado e o presente lado a lado, que contrasta os modos antigos e descontraídos "de um tempo ausente" com a impiedosa velocidade dos nossos dias — sem que nenhum deles saia vencedor.

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