Sentir-me um boxeur que está a levar porrada por tudo quanto é sítio e, contudo, sem perceber bem porquê, insistir em levantar-me, insistir em cumprir cada longo e doloroso round, sabendo que cada segundo apenas aumenta as probabilidades estatísticas de ceder o combate. E, contudo, insistir. Resistir. Como se pudesse mudar algo que não depende de mim. E continuar a invocar, sei lá de onde, a força de vontade de acreditar que tudo isto é só um momento mau que em breve ficará para trás.
Nem sempre o inferno são os outros.
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