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1 de novembro de 2004

POLAROID: TÁXI

Cheiro intenso a fumo, como se o táxi estivesse fechado 24/7 numa tabaqueira. Janela do condutor aberta, com o resultado da deslocação a velocidades habitualmente excessivas para o trânsito lisboeta criar uma rapidíssima circulação de ar frio do anoitecer no interior do veículo. Rádio em altíssimos berros na Orbital, que transmite uma qualquer melopeia disco na melhor tradição Village People. Rádio CB dos Rádio Taxis emitindo as habituais mensagens roufenhas "...táxi ao número tal e tal da rua não sei quantos...". E o taxista, de cabelo ralo espicaçado pelo gel, a dissertar com propriedade sobre ser espantoso como, quando ele precisou de ir à garagem mudar não sei o quê, só lhe saírem serviços para o outro lado da cidade e, desde que veio da garagem, todos os serviços o levarem à rua da dita cuja garagem.

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