Sesimbra: Ponta da Passagem, domingo 3 de Outubro, 11h31: 13.5m, 55min, 16º C
Do mergulho em si não há muito a dizer, a não ser que a suspensão da água, agitada pela fola progressivamente maior mesmo junto à costa e que criava efeitos de corrente dentro da passagem propriamente dita, acabou por confirmar as minhas primeiras suspeitas quando largámos ferro junto à Ponta: ia ser uma boa oportunidade para treinar a orientação e a flutuabilidade, como foi. O que eu não suspeitava de todo é que ia servir de "guia turístico" da Ponta — ou, enfim, do que estava visível pelo meio da água indiferente — de um grupo de sete outros mergulhadores "orientado" pelo Carlos Pereira, menos conhecedores da zona, entre os quais três "estreantes" (ao que me pareceu) em tempo de primeiro mergulho pós-curso.
É curioso ver, então, as dinâmicas que se criam dentro de um grupo de amigos. Descontemos os "juniores" Daniel e Gonçalo, bastante à-vontade para quem está apenas a começar (o Daniel, que foi meu parceiro num sistema de pares que acabou por nunca se distanciar do grupo, chegou à superfície com mais ou menos o mesmo ar na garrafa que eu). A Maria João, fotógrafa oficial, manteve-se discreta, o Fernando e o Pedro fizeram o número dos compinchas truculentos mas sempre atentos ao que se passa à volta (a começar pela precinta da barbatana que rebenta logo antes de entrar na água), o Carlos à vontade mas a controlar como quem não quer a coisa, e sempre todos à espreita uns dos outros para garantir que tudo corria bem. Até quando o sétimo elemento e terceiro "estreante", o Rui, que descera enjoado da ondulação persistente à superfície enquanto se equipava no barco e ansioso da longa espera antes de se meter à água, volta sozinho à superfície a pouco tempo do início do mergulho; o Carlos, que não era sequer o parceiro "oficial" , quando dá pela falta, pára tudo e vai à procura dele.
Apesar dos pequenos contratempos — a meia-hora na água à espera que o grupo se reúna para descer, a confusão que às vezes reina lá em baixo quando se está mais em grupo do que em pares — se todos se entendem, como hoje, mergulhar com um grupo de amigos que partilham a paixão e o bom humor é uma experiência realmente divertida. Enriquecedora, até.
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