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6 de setembro de 2004

LOVE IS A MANY SPLENDORED THING

Em casa de um amigo no pós-jantar, o televisor ligado na RTP-1 arranca com "Moulin Rouge!", o desvairado musical revisionista de Baz Luhrmann que me recordo de ter visto, em projecção de imprensa, faz agora três anos, na ressaca do 11 de Setembro. A minha opinião sobre o filme não mudou, em nada: continuo a achá-lo uma obra de puro génio, a mais perfeita das traduções possíveis da montanha-russa de emoções que é o amor, a um tempo extraordinariamente classicista e convencional no seu recurso aos lugares-comuns narrativos do melodrama e provocantemente moderna e sofisticada no modo assumidamente desconstrutivista como os subverte e explora. Um equilíbrio barroco na corda-bamba entre verdades e fantasias onde, vá-se lá saber como, a emoção passa intacta.

Sempre disse que se se conseguir ultrapassar incólume os primeiros 15-20 minutos do filme, a aposta está ganha: quem se deixa seduzir por este universo já não o larga. "Moulin Rouge!" ama-se ou odeia-se, não há meio termo possível. É um dos filmes da minha vida.

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