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28 de agosto de 2004

A AVE RARA

Anoitecer em Paço d'Arcos — e, de súbito, alguém repara que uma arara (ou será um papagaio?) se procura agarrar ao parapeito quase inexistente das janelas do edifício, ora pelo bico curvo e pontiagudo, ora pela garra da pata direita. Mas não há na vertical do edifício parapeitos onde uma ave se possa empoleirar, apenas painéis de vidro, caixilhos de aço praticamente alinhados com a vertical dos materiais. Curioso é ver a aparente placidez externa do bicho, virando a cabeça pachorrentamente enquanto procura um poiso, sem trair a angústia que o deve estar a atravessar. Como chegou ali, não faço ideia. Nem como saíu.

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