Pesquisa personalizada

24 de julho de 2004

LOGBOOK #15: A LINHA CLARA FRANCO-BELGA

Sesimbra: Ponta da Passagem, sábado 24 de Julho, 11h20: 14m, 45min, 18º C

Hoje o Riva devia estar bom: com o calor abafado que está, a água ao largo de Sesimbra parecia estanho, e as vezes que eu ouço o pessoal do centro a dizer que o Riva é uma questão de sorte do tempo deram para perceber que eles hoje achariam o dia ideal para ir ao naufrágio. Mas fomos antes à Ponta da Passagem, algumas milhas atrás, de profundidade mais em conta para o grupo reunido, da qual faziam parte dois franceses — o Patrick, "estacionado" em Portugal em trabalho durante alguns meses, a fazer o circuito dos centros de mergulho de Lisboa, e o François, monitor de férias cá com a esposa portuguesa que já mal fala a língua — e um belga — o Philippe, também de férias, que estava com medo da água fria pois só estava habituado a mergulhos em água quente (Martinica, Guadalupe, etc, viva a democratização do turismo de mergulho).

Parece que é difícil encontrar quem fale francês fluentemente e como o português é uma língua bárbara, fui erguido a "guia-intérprete" dos rapazes, que tiveram sorte com a temperatura da água (relativamente pouco fria para o que é habitual na zona — pudera, com o calor que estava) e pouco mais: apenas cardumes escondidos em reentrâncias das paredes rochosas, um ou outro nudibrânquio abandonado, a certa altura um peixinho em decomposição no fundo arenoso. E algas. Muitas algas. "C'était bien", disse o Patrick no fim. "Une petite promenade", disse o François — mais habituado a mergulhos mais exigentes como bom instrutor que é — no fim. "C'était super"; disse o Philippe que não mergulhava há seis meses. É bom saber o que os outros acham dos sítios que já conhecemos de cor.

Sem comentários: