chamemos-lhe insónia, se quisermos; inquietação também é possível (no sentido da "restlessness" inglesa);
é típico de alguns períodos: são várias semanas em que tudo se arrasta sem adiantar nem atrasar, de repente tudo se precipita e os referentes mudam de coordenadas,
escrever o quê, então, nesses dias em que de repente corremos de um lado para o outro a tentar deixar coisas prontas porque tem de ser, porque há responsabilidades a cumprir; e basta sentarmo-nos com um amigo e conversarmos dez minutos para as coisas regressarem todas à sua prioridade natural; mas depois, afinal, olhamos e vemos que não é por isso que as coisas que têm de ser se foram embora;
esta semana jantei com um amigo que não via há mais de um ano e que, neste período em que não nos vimos, decidiu "travar"; já não faz a vida profissional louca que fazia antes, percebeu por "motivos de força maior" que se andarmos a tentar andar tão depressa como o mundo mais tarde ou mais cedo o motor gripa por excesso de esforço; está com um ar muito mais feliz e saudável;
num comentário aqui há uns posts atrás alguém definia a opção entre o dinheiro e a alma; a coisa não se coloca exactamente nessa dicotomia radical — mais na opção entre sermos quem nós queremos ser e sermos quem esperam que nós sejamos;
andamos todos à procura de algo e quando o podemos ter encontrado fugimos; porque temos medo de estarmos enganados, ou porque temos medo de estar certos?
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