Havia uma ironia dupla no slogan da editora Oficina do Livro, aplicado aos pavilhões da Feira do Livro, colocados a escassos metros da distância das obras do infame túnel do Marquês — trabalhar nas "obras" literárias, e nas "obras" físicas.
É um pouco como eu me sinto desde há uma semana, quando finalmente — à beira do fim-de-semana prolongado — se iniciaram as obras de reconstrução dos tectos da casa de banho, da cozinha e da marquise da casa que alugo em Lisboa, prometidas há vários meses, desde que ficou resolvido o problema de esgotos do vizinho de cima (alheio à situação) e as consequentes infiltrações que deterioraram os tectos, e agora iniciadas em tempo ideal para a rápida secagem do material.
Faz amanhã uma semana que começaram, dizia eu, mas o facto é que aquilo que era suposto ter uma resolução rápida se tem arrastado inexplicavelmente, deixando a minha cozinha inoperacional, a casa de banho com aspecto de instalação pós-moderna e a minha casa, na generalidade, no caos absoluto. Para já, apenas rezo que fique tudo concluído esta semana. Pelo que, agora, "é bom trabalhar nas obras" me parece uma ironia de bastante mau gosto.
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