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4 de maio de 2004

AS MIL LUZES DE NOVA IORQUE

No tempo dos telediscos, dos jogos de video, dos anúncios, dos reality-shows, que nos interessa o cinema? Na hora das simulações, dos programas, dos oráculos, dos argumentos, das sondagens, das previsões e precauções, a que outro presente nos pode abrir o cinema documental? Quando, mais poderosas que nunca, as propagandas nos arrastam para as quimeras que fazem passar por verdadeiras, que pode ainda a ficção, que histórias está ela ainda em medida — ou em desejo — de conduzir? Face aos mil milhões de écrans televisivos iluminados dia e noite à volta do mundo, como falar, dizer, escutar, como ver, mesmo, aquilo que nos acontece, e como representá-lo sem adicionar a vaidade de um ruído ao ruído das vaidades?

É um excerto da introdução que Jean-Louis Comolli escreveu para a sua recolha de ensaios "Voir et Pouvoir — L'Innocence Perdue", citado na edição de Março de 2004 dos Cahiers du Cinéma. Como tópico de reflexão, parece-me excelente.

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