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5 de março de 2004

UMA QUESTÃO DE STATUS QUO

Pedro Rolo Duarte proclama hoje, na sua coluna do DNa, que uma candidatura presidencial de Pedro Santana Lopes seria uma aproximação da política portuguesa à realidade contemporânea de um Portugal mediatizado onde "quem não aparece esquece", e um abanão no estatuto do Presidente como uma figura distante, venerável, tutelar e incontornável.

Parece-me uma afirmação sensata - é verdade que qualquer português que se preze considera que um político novo não tem ainda "experiência" ou "peso" para ser um político "de confiança", muito embora a definição seja uma contradição nos termos - que só peca por uma questão: Santana Lopes gostaria de ser presidente para finalmente poder ser uma figura venerável, tutelar e incontornável, para que de uma vez por todas ninguém o pudesse ignorar. Ou seja, pelo exacto estatuto que Pedro Rolo Duarte acha que a sua candidatura iria quebrar ou pôr em causa.

No fundo, a ambição de qualquer revolucionário é tornar-se no novo status quo.

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