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16 de março de 2004

BLOGO, LOGO EXISTO #5: PORQUE É UM DESERTO

Alguém perguntava, no outro dia (talvez no arame? talvez na forma do jazz?), porquê insistir em escrever num blog quando não se sabe que mais dizer.

Creio que tenho, hoje, uma resposta: para encher o silêncio da noite. Para acreditar que não estou aqui sozinho em frente a um écrã frio, a um teclado de computador; para construir uma ligação, nem que fictícia, a alguém, quem quer que seja, algures naquilo a que Antonioni (ou, mais precisamente, o tradutor português de "Zabriskie Point"...) chamou "deserto de almas".

Rickie sabia o que dizia, em "Flying Cowboys":

down there by the river is a man
whose horn is twisted into shapes
unknown to the wicked and the wise
and he bears the look of an animal
who's seen things no animal should ever see
he has been driven beyond all towns
and all systems until now, though it is
long past too far he keeps going

because it's a desert

because it's a desert

(...)

long coats on the prairie
lying in the dust
who can I turn to?
who can I trust?
were you walking on the water?
playing in the sun?
but the world is turning faster
than it did when I was young.

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