playlist: Lizz Fields: "By Day By Night", Unisex 2003
É quase um ritual: primeiro, a chamuça ou os bojés acompanhados pelos quatro chutneys em tacinhas metálicas (reservo-me para a menta líquida, verde-claro quase fluorescente, e para o picante aromático verde-escuro granuloso). Depois, o cesto plástico do pão com a forma ainda quente do forno do naan de alho que mergulhamos gulosamente nos chutneys. Só depois a rendição total à textura delicada dos molhos coloridos e aveludados, espécie de bomba calórica de natas e especiarias harmoniosamente combinadas, onde os pedacinhos de frango constroem pequenos relevos escondidos: para mim o vermelho-vivo suave e cremoso salpicado de branco do tikka masala, para a Marta e o Luís o caramelo texturado de nozes do korma, a envolver o arroz solto e seco que realça o travo só levemente condimentado. Só café, depois, para retermos o máximo de tempo possível o festival de sabores que se cruzam na boca durante a refeição. Levei muito tempo a descobrir o requinte da cozinha indiana, mesmo que ocidentalizada. Hoje rendo-me-lhe com o abandono que a sua sensualidade exige.
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