playlist: Miles Davis: "Ascenseur pour l'Échafaud", Emarcy 1958
Não é um exclusivo deste disco (que mandei agora vir dos saldos de Janeiro da Fnac online francesa; em versão restaurada, remasterizada, com montes de takes alternativos e inéditos etc), mas é comum a quase todas as gravações de jazz da era bop, nos late fifties/early sixties.
E a pergunta: o tom cinemático, de clube fumarento, luz dirigida, preto-e-branco contrastado, noite na cidade que é um espaço ambíguo, de segredos e sorrisos, é sugerido só pela música ou surge-nos dos filmes que a usaram como banda sonora?
O trompete em surdina a deslizar por sobre a música é um lugar-comum cinematográfico porque Miles era tão genial que todos os outros o quiseram imitar ou porque os filmes se encarregaram de estandardizar tudo?
Esta música transporta uma imagem tão precisa colada às notas porque assim nasceu ou porque assim nos foi passada pelos anos que passaram entretanto?
Não que isto tenha alguma importância, entenda-se. São só perguntas inspiradas por música que, apesar de instrumental, fervilha de palavras, imagens e ideias. E continua a soar tão moderna hoje como em 1957, quando foi composta e gravada.
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