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21 de junho de 2012

a fúria do açúcar

No café do Classic Alvalade, enquanto espero por uma projecção, um sem-abrigo (sujo, determinado, mal vestido) entra pelo café dentro e dirige-se à minha mesa. Penso que me vai pedir esmola ou que lhe pague um café. Em vez disso, diz-me "posso?" e dirige a mão para o meu queque. Digo-lhe que não. Agarra então na chávena de café praticamente vazia e, enquanto pergunta de novo "posso?", perante o meu ar atónito (e das empregadas do café) antes que eu possa dizer que "não", bebe o resto do café, pousa a chávena e lança-me quase ofendido "não tem açúcar!".

Enquanto as empregadas tentam desesperadamente correr com o homem, ele faz exactamente o mesmo com outras mesas antes que o projeccionista consiga finalmente pô-lo fora. Perguntam-se se será um fugido do Júlio de Matos.

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