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29 de janeiro de 2008

19 de janeiro de 2008

17 de janeiro de 2008

É CAPAZ DE HAVER MALES QUE VÊM POR BEM

Descobriu-se então que o enxofre vertido na Faculdade de Farmácia se deveu a uma empregada da limpeza que decidiu deitar fora um frasco partido ao que parece sem dar cavaco às melgas e sem perceber que era (nas palavras de outra senhora da limpeza) "tóshico". 

De onde se retira que isto de haver senhoras da limpeza sobre-qualificadas para o emprego que têm pode não ser tão problemático como parece.

POLAROID: METRO

À saída do metro do Saldanha, esta manhã, um jovem à minha frente com auscultadores nos ouvidos cantava em altos berros e numa voz incompreensível uma canção que descobri com alguma atenção ser "Não Sou o Único" (não sei é em que versão). Depois dei por mim a pensar que é provavelmente aquela mesma figura que eu faço quando ando de auscultadores por Lisboa. 

16 de janeiro de 2008

POLAROID

O ar infeliz dos fumadores que se vêem obrigados a vir para a rua fumar de manhãzinha nota-se mais quando estão quatro ou cinco à porta do escritório, todos à espera que a/o última/o que ainda está a fumar acabe para poderem voltar todos para dentro. 

8 de janeiro de 2008

LAGOSTA CURTE LARGO


Esta canção devia vir dentro de uma daquelas caixinhas de vidro com um martelo ao lado e a indicação: "Partir vidro em caso de necessidade". E basta uma audição para alegrar qualquer dia mais cinzento. E pensar que "Rock Lobster" já tem quase 30 anos em cima... 



The B-52's, "Rock Lobster" (in "The B-52's", Island, 1979)

OUÇA LÁ

Cheguei hoje à conclusão que tentar manter uma conversa com alguém que usa um aparelho auditivo  pode limitar-se a manter contacto visual e a fazer que sim com a cabeça — porque qualquer resposta que se possa dar não vai ser ouvida e a coisa vai descambar verdadeiramente num diálogo de surdos. 

7 de janeiro de 2008

PEQUENO-ALMOÇO

A confeitaria Marquês de Pombal tem uma das melhores torradas do mundo, mas leva tempo a fazer, como descobriu esta manhã por sua conta e risco um turista que pediu à empregada para lhe trazer uma igual à minha (mmmm, pãozinho integral de forma caseira, manteiga no ponto certo) e ficou à espera dela dez minutos, com um ar muito irritado de quem sentia estar num terceiro mundo do qual não compreendia nada. Diga-se em abono da verdade que a empregada não estava nos seus dias, como fica provado quando eu lhe peço "um galão e uma torrada" e ela repete "um pão com manteiga?".

5 de janeiro de 2008

VÍCIO

Se gostam de chocolate, vejam só esta perdição

HORA DE PONTA

Como, durante a semana, não tenho por hábito conduzir em Lisboa, no outro dia um amigo meu ficou bastante surpreendido por perceber que eu tinha carro — ao que lhe expliquei que tenho, mas durante a semana uso os transportes públicos. Hoje que precisei de sair com o carro, voltei a lembrar-me porque é que não gosto de sair com o carro em Lisboa.

Primeiro, estava a chover, o que tem o efeito de trazer mais carros para as ruas e de desacelerar o trânsito até ao ritmo de uma hora de ponta de dia de semana. Depois, ao fim-de-semana todos aqueles que, como eu, não conduzem durante a semana saem com o carro, o que coloca nas ruas uma quantidade assinalável de condutores de domingo. Com o resultado de que levei quase hora e meia para uma ida e volta que me costuma levar metade do tempo — e eu aí recordo-me porque é que andar de carro em Lisboa é tão desgastante e nos faz perder tanto tempo produtivo. 

3 de janeiro de 2008

O AMARELO DA CARRIS (slight return)

Num 28 cheio com um forte cheiro acre a passagem-subterrânea-por-baixo-da-linha-férrea de Belém, uma senhora tenta forçar passagem para a frente até eu lhe dizer que não vale a pena estar a forçar porque não há espaço mais à frente — é o problema dos miúdos irem em pé, parece que não está lá ninguém. 

2 de janeiro de 2008

OS AMARELOS DA CARRIS

À ida, no 28 para o Martim Moniz: descendo a Calçada da Estrela nos traços de um 28 para a Graça a abarrotar, uma fila de passageiros a querer subir é empatada por um passageiro que compra bilhete com uma nota alta. Com uma camioneta em segunda fila a empatar o trânsito na outra direcção, não é preciso muito tempo para o trânsito ficar engarrafado e se começarem a ouvir as proverbiais buzinadelas dos apressadinhos.

À volta, no 25 para os Prazeres: subindo a Calçada Ribeiro Santos, alguém deixou um VW com os quatro piscas ligados parado em pleno percurso dos carris, e só depois de longas buzinadelas do condutor é que o automobolista se digna descer pacatamente como se não fosse nada com ele. 

1 de janeiro de 2008

RELATIVIZEMOS

"Ano novo, vida nova"? "Resoluções de Ano Novo", tomadas às doze badaladas?

A meia-noite de Lisboa são as quatro da tarde de São Francisco ou a uma da tarde de Sydney. É só uma mudança de calendário, um mês que acaba outro que  começa, um dia que acaba outro que começa. O Ano Novo é uma construção abstracta diferente em cada país do mundo. Se quiséssemos ser pragmáticos, as "resoluções de Ano Novo" deviam ser tomadas todos os dias, cada dia, em vez de decididas no primeiro dia do ano e esquecidas no segundo. 

Tudo isto porque passei uma maravilhosa passagem de ano — sozinho com o gato, em casa, no quentinho aconchegado do sofá, a ver bom cinema e a ler boa literatura, longe das celebrações mais ou menos frenéticas de quem quer que o Ano Novo tenha um significado especial. É só uma noite como as outras (e um bom pretexto, é certo, para apanhar uma tosga ou ficar na cama até mais tarde no dia a seguir) — e cabe-nos a nós investir o nosso significado nesta como noutras noites. 

Dito tudo isto, Bom Ano para vocês.